segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Bentinho



Personagem: Bentinho

História: Bento Santiago, o Bentinho, é um personagem criado pelo escritor brasileiro Machado de Assis em 1899, a partir do romance Dom Casmurro. Toda a narrativa se dá em razão de Bentinho, já um homem de idade avançada, resolver contar sua vida. É, portanto, escrevendo sua biografia em estreita relação com o leitor, que ele diz como e porque terminara a vida daquela forma: sem parentes, desconfiado da mulher e do filho, ambos mortos, e angustiado perante a tudo que teve e perdera.
Enquanto menino Bentinho está sempre com Capitu, filha de vizinhos mais humildes. O menino vive com a mãe e outros parentes e agregados. Possuem bens e escravos e vivem de forma confortável. Com a idade as brincadeiras com Capitu se transformam em amor. Porém há um entrave: a promessa da mãe, segundo a qual ele deveria ser padre. Bentinho vai ao seminário, mas não se transforma em padre. Acaba como advogado e se casa, enfim, com Capitu. Enquanto seu grande amigo de seminário (Escobar), se casa com Sancha, amiga de Capitu.
Estaria tudo certo, mas não está. Bentinho sente ciúmes de Capitu e Escobar. Crê que entre eles há uma relação amorosa, escondida pela mulher de "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Para piorar a situação, Bentinho vê em seu filho Ezequiel o renascimento de Escobar, que morrera afogado. Enfurecido e enlouquecido o personagem chega ao ponto de tentar envenenar o menino. E como não consegue, afirma a criança: você não é meu filho.
Capitu, que presencia a cena, resolve pela separação e vai para Europa com Ezequiel, onde fica até a morte. O menino, já homem, retorna. Mas o pai não gosta. Ezequiel que adora a arqueologia, pede ao pai que lhe pague uma viagem ao Egito onde morre de febre tifoide.
Bentinho prefere assim: os dois mortos e longe. E passa ao leitor, como a um amigo a quem confessa suas mágoas, a ideia de que foi traído por Capitu e Escobar.

Características: intelectual e culto, persuasor, ciumento.

Sugestão de tema filosófico: Aristóteles e a ideia de verdade; O Estoicismo; Spinosa e a Ética.

Provocações:
A desconfiança de Bentinho é fruto do ciúme?
Através de quais argumentos se pode defender que o personagem fala a verdade?
Durante a narrativa, Bentinho, que é juiz e parte, incrimina Capitu. Há nessa situação algum problema ético?

Sugestão de material:
MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 2001.
ERLER, Michael & GRAESER, Andréas. Filósofos da Antiguidade 2: do Helenismo à Antiguidade Tardia. São Leopoldo/RS: Editora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), 2002.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. In Aristóteles. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
SPINOSA, B. ÉTICA. Trad. Marilena Chauí. Coleção Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural, 1984.

Audiovisual:
https://www.youtube.com/watch?v=I1jZQLJZ8kU

Blogs e Sites:

https://umblogchamadoblog.wordpress.com/tag/dom-casmurro/
http://bllogdolivro.blogspot.com.br/2012/07/dom-casmurro.html

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